Texto de Junji Miyaura.
Extraído do Jornal Querubim (ANO XIV Nº 141 – Abril / 2010) – Seicho no ie
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Era uma vez uma formiguinha com asas. Seu apelido era “Siriri”. Ela morava numa grande fazenda, onde havia um belo lago, muito verde, animais de criação e muito ar puro. “Siriri” era muito sonhadora e queria tentar a vida em uma grande cidade.
Certo dia, ela arrumou suas trouxas e voou para a cidade. Voou, voou, atravessou rios e montanhas até chegar a uma grande cidade.
Seus olhos cintilavam de ver tanto movimento. Eram carros, ônibus e caminhões, muitas pessoas indo e vindo e tudo parecia muito dinâmico. Empolgada, procurou um lugar para morar, pois já começava a anoitecer.
Logo encontrou uma casa muito aconchegante que tinha uma sala ampla e bem iluminada. Era a casa do Joãozinho.
“Siriri” se instalou num armário de madeira em frente à televisão, de onde ia poder assistir aos desenhos, escutar música e ouvir as conversas dos moradores da casa.
A primeria coisa que “Siriri” fez foi um buraquinho no armário, para passar a noite e pendurar as suas asas.
No dia seguinte, já descansada, começou a ampliar sua morada. Construiu, digo, furou uma bela sala, um banheiro, uma cozina ampla e continuou furando, dia e noite sem parar.
Certo dia, Joãozinho percebeu no chão um bocado de pó que saía do armário.
– Pai, o armário está virando pó – disse Joãozinho.
Seu João veio rapidamente ver o que estava acontecendo e logo percebeu que havia cupim no armário.
– Vou passar inseticida no armário – disse seu João.
Coitada da “Siriri”. Sem saber que sua vida estava correndo perigo, continuava furando. Ela sentiu forte cheiro de inseticida e, percebendo que era veneno, resolveu sair o mais rápido possível, por trás do armário onde havia feito uma saída.
Porém, esqueceu de pegar suas asas. Coitada da “Siriri”, teve de voltar para a sua casa a pé.
“Siriri” começou a pensar:
– Por que isso aconteceu comigo? Ah! Já sei. Acho que foi porque eu não respeitei os outros, destruindo seus bens.
“Siriri” aprendeu uma grande lição: mesmo que tenhamos um grande ideal, se, para alcançá-lo, prejudicarmos os outros, não obteremos sucesso na vida.
(As asas da formiga representam a liberdade e o ideal. Temos liberdade, mas precisamos saber usá-la, pois nossa liberdade termina onde começa o direito dos outros. Precisamos conscientizar a criança de que para akcançar nossos objetivos não podemos prejudicar os outros, pois assim acabaremos fracassando.)